segunda-feira, 29 de junho de 2009

Roraima, Acre, Amapá e Amazonas.

Introdução

O presente trabalho tem como temática a Crise Mundial e seus impactos na economia brasileira, em especial, os estados: Acre, Amapá, Amazonas, Roraima.
A Crise Mundial, caracterizada pela falta de confiança financeira, que teve início nos EUA com uma crise do mercado imobiliário, trouxe reflexos em todo o mundo. Em caso mais específico, o Brasil apresenta índices diferentes em relação aos outros países. Mesmo havendo otimismo de alguns empresários em torno do assunto, os setores econômicos brasileiros, sofreram danos em múltiplos aspectos significativos. Primeiramente, para destacarmos os efeitos deletérios ou não, apontaremos as principais atividades econômicas de cada Estado com a finalidade de analisar o impacto que essa crise internacional trará mais especificamente nesses estados.
O estado do Acre, com uma área de 153.698 km², divide-se em 22 municípios, e com uma população de aproximadamente 655.385 habitantes, sendo esta em grande parte vivendo do extrativismo vegetal e 46,8% das famílias utilizando do Programa do Governo Federal do Bolsa Família.
O estado do Amapá, com uma área de 142.358 km², divide-se em 16 municípios, com uma população de aproximadamente 587.311 habitantes, tendo como principais atividades: o extrativismo vegetal, a pecuária e a mineração e 37,7% das famílias utilizando do Programa do Governo Federal do Bolsa Família.
O estado do Amazonas, com a maior área entre os quatro estados abordados, 1.570.745,680km², dividido em 62 municípios, apresentando uma população de aproximadamente 3.221.939 habitantes, tem como principais atividades econômicas: o extrativismo vegetal, a agricultura, a pecuária, a mineração e a indústria pesada e eletroeletrônica, com destaque a Zona Franca de Manaus e com 38,6% das famílias utilizando do Programa do Governo Federal do Bolsa Família.
O estado de Roraima, com uma área de 224.298,98 km² divido em 15 municípios, apresentando uma população de aproximadamente 395.725 habitantes, aponta-se como as principais atividades econômicas: a agricultura de subsistência, o extrativismo vegetal, sendo o mesmo de pouca significância, e a pecuária extensiva, esta sim dominante no Estado.Contudo, não podemos deixar de destacar a utilização do Bolsa Família por 49% das famílias residentes.
Todos os Estados mencionados acima se inserem na região Norte do Brasil, e traremos em seqüência neste trabalho a diversidade que cada estado possui, suas diferenças na economia, e se houve algum deletério ou não frente a atual Crise Internacional.
Segue em anexo uma Tabela da situação Mundial frente à Crise:



A Crise Internacional e o Estado de Roraima

Antes da abordagem sobre os efeitos da crise internacional neste Estado em específico, traremos seus dados gerais, com a finalidade de uma melhor localização em termos de pesquisa.
Roraima apresenta a 14ª maior extensão territorial no país, com uma densidade demográfica de 1,84, e seu IDH de 0,749. O que nos permite concluir que é uma área ainda pouco habitada, mesmo tendo uma extensão territorial considerável, isto se deve a grande concentração de áreas de conservação (8,42%), área do Estado (9,99%), área da união (33,99%), área do exército (1,22%) e também por mais de 60% de seu território ser ocupado pela floresta Amazônica.
Outro fato marcante neste Estado se dá pelo fato de ter a terceira maior população de índios do país, cerca de 38 mil. Não podemos deixar de pontuar, que parte considerável da maior reserva indígena brasileira, os ianomâmis, situa-se em Roraima. Por esta ter extensas jazidas de ouro, cassiterita e pedras preciosas, a reserva atrai grande número de garimpeiros clandestinos, que invadem a região e freqüentemente entram em conflito com os índios.
A economia do Estado baseia-se ao redor da agricultura (produção de arroz, de feijão, de milho, de mandioca e banana), da pecuária (criações bovinas, suínas e de aves) e da extração mineral (reservas importantes de diamantes, de bauxita, de cobre, de argila e de ouro).
Economicamente falando, o que não se pode deixar de destacar é a participação de Roraima no PIB nacional, que é 0,1%, ou seja, o menor PIB do Brasil. A composição de seu PIB dá-se: agropecuária: 7,7%; indústria: 10,9%; serviços: 81,4%. Seus principais produtos de exportação são: madeiras (74%), couros e peles (22,6%), num total de US$ 16.336 milhões.
Analisando a tabela abaixo, podemos ver o saldo de emprego gerado em 2008, podendo concluir que o setor com o saldo mais positivo foi o de comércio, seguido da construção civil, já o saldo mais negativo foi o da agricultura e o da silvicultura, nos permitindo afirmar, que no caso de Roraima o setor mais afetado com a Crise Internacional foi a agricultura e silvicultura.


Saldo de emprego gerado por setor de Atividade
Econômica – (CAGED – 2008)

--Extrativa Mineral -2
--Indústria de Transformação - 149
--Serviços Industriais de Utilidade Pública -246
--Construção Civil -294
--Comércio - 405
--Serviços - 203
--Administração Pública - 5
--Agricultura e Silvicultura -234
---Saldo total - 574


Sabe-se que todos os Estados com plantio de soja sofreram fortes reduções na exportação, Roraima não fica obstante desse quadro. Contudo, o setor em que o estado tem maior dependência é o público e este mesmo em frente à crise foi o que mais contratou.
Não se pode deixar de pontuar Roraima como o estado que mais recebe recursos per capita transferidos pela União, o que com a crise houve uma certa redução. Assim como ocorre no país como um todo, em Roraima houve um aumento da inadimplência (liderando o ranking anual por Estado, Roraima aparece no topo da lista, com 79,2 cheques sem fundos a cada mil compensados) e da escassez de crédito.
Em questão dos setores exportadores da região, o impacto positivo a ser demonstrado é a não perecibilidade em relação a desvalorização cambial. Entretanto, são sensíveis à queda do preço das commodities e também à queda da demanda, tanto dos países centrais como também da Venezuela.
A crise internacional não chega a afetar a massa de Roraima, por 49% das famílias residentes no Estado dependerem do auxílio do governo, conhecido como Bolsa Família. Este, mesmo frente à crise, não é suspenso, o que traz grande benefício para essa população carente que não se vê obrigada a poupar o pouco que lhe é dado.
Segue agora uma seqüência de gráficos com a finalidade de uma melhor análise do Estado de Roraima frente à Crise:






Os gráficos acima nos permitem ver o pequeno decréscimo no valor das exportações em 2008. Esta queda foi devido à queda de 39% nas exportações de soja, em relação ao ano de 2007.








Os gráficos acima nos permitem analisar o aumento de mais de 100% das importações no Estado. Estas importações foram predominantemente de ferro e derivados, chapas de vidro, energia elétrica e cimento.





Em suma, Roraima está sofrendo com os efeitos da crise, embora em uma escala menor se comparado a outros estados. A diminuição dos juros e aumento do crédito irão ajudar a reestruturação da economia roraimense.

A Crise Internacional e o Estado do Acre

Precedendo a abordagem dos efeitos da crise internacional, no Estado em voga, apontaremos dados gerais, tendo por finalidade uma melhor localização em termos de pesquisa.
O Estado do Acre, o qual tem por capital a cidade de Rio Branco, apresenta como principais fontes de renda a pecuária, o extrativismo vegetale a silvicultura, dando como exemplos: o açaí, a mangaba, a castanha, o palmito, borracha, ceras, piaçava, madeiras (carvão vegetal, lenha, madeira em tora).
Sua economia é sustentada pela floresta e pela indústria extrativa vegetal, que é a principal atividade exercida pela população.
O Estado é considerado o maior produtor de borracha do país, encontrando-se a seringueira nas regiões das bacias dos rios Madeira, Purus e Juruá. A coleta da castanha-do-pará, que também se apresenta como uma importante atividade no Estado, é feita na maioria das vezes pelo próprio seringueiro em épocas de alta pluviosidade. A atividade agrícola é caracterizada como de subsistência, ou seja, para o abastecimento da população local. Encontramos algumas exceções de lavouras que auxiliam na economia do Estado, como é o caso da mandioca, arroz, milho e banana.
Fazendo uma divisão das atividades produtivas nesse Estado, vemos, como já mencionado acima, uma agricultura ainda em sua maioria num regime de subsistência; a pecuária contando com 410 mil cabeças de gado, 172,2 mil cabeças de suínos e 26 mil de ovinos; a indústria seguindo o ramo de produção de alimentos, cerâmico e mobiliário e as relações comerciais sendo realizadas através de hidrovias que levam suas exportações para os Estados do Amazonas e Pará.
Analisando numericamente, a participação do Acre no PIB nacional é de apenas 0,2%, e sua composição dá-se: agropecuária (5,9%), indústria (28,1%), prestação de serviços (66%). O volume de exportação é de 22,066 milhões de dólares, e os principais produtos de exportação são: madeira (85,6%), carnes de frango e peru (4,7%) e produtos de madeira (1,7%).
Sabemos que com a crise, os setores da economia que mais sofrem são: o automotivo, o imobiliário e o financeiro. Podemos sim apontar a crise internacional afetando o Estado do Acre; entretanto, como seus principais setores da economia não são os ditos acima, os impactos maiores se deram pela queda do repasse do governo federal de 15% em fevereiro. Essa queda foi devido à propensão no comércio, e à queda do IPI e do Imposto de Renda. Logo, o governo municipal anunciou medidas para o abarcamento de despesas, visando evitar maiores deletérios ao Estado.
Segundo dados do PNAD 2006/IBGE, 46,8% das famílias residentes no Estado dependem da ajuda do governo através do Bolsa Família, o que nos faz ver que a crise internacional afeta de forma bem mais amena a grande massa residente no Estado, visto que este auxílio do governo não é reduzido e muito menos suspenso durante este período ocioso.
Mesmo frente a essa crise, um dado considerável é, segundo o Departamento Nacional de Trânsito, o Acre é o detentor da frota que mais cresce no Brasil, saltando em 2008 de 2,97 milhões para 3,21 milhões a produção automotiva e sugerindo assim que a crise não gerou maior impacto no comércio de veículos no Acre especificamente.
Os valores de exportações e importações da Região Norte, já utilizados no tópico “A crise internacional e o Estado de Roraima”, são válidos também para o Estado do Acre, evidenciando um aumento expressivo nas exportações e uma redução nas importações do ano de 2007 para 2008 neste Estado.
Ao analisar as tabelas do tópico anterior e a questão da ajuda do Governo Federal através do Bolsa Família, vemos os poucos efeitos da Crise Internacional no Estado aqui abordado, reforçando a idéia de que a Crise não conseguiu afetar de forma catastrófica todos os setores da economia no Brasil.


A Crise Internacional e o Estado do Amapá

O Amapá passou a fazer parte do território nacional em 1901, quando o então presidente da Suíça atuou como uma espécie de árbitro para a antiga disputa territorial entre Brasil e França , devido à presença de ouro e de garimpos na área; porém, foi reconhecido como Estado apenas em 1988,sendo uma das mais jovens unidades da federação. Quando foi criado, era pobre e carente, mas conseguiu ultrapassar esse status, de certa forma, chegando a ser o estado líder da Amazônia Legal em termos de IDH e ICV no período de 1970-1996, segundo pesquisa do IBGE.Destacam-se na composição da economia do estado do Amapá as atividades extrativistas tanto vegetais como minerais. No extrativismo vegetal, são exploradas a castanha-do-pará, palmito e as madeiras. Entre as espécies mais comercializadas de madeiras estão: acapú, macacaúba e andiroba. E entre os minerais mais encontrados no Estado estão as jazidas de manganês, ouro, ferro caulim e granito, sendo o segundo e o terceiro os minerais mais exportados. A produção agrícola limita-se ao cultivo de arroz, feijão, milho e mandioca, mas também há a produção de frutas como a banana, o mamão, o maracujá, a goiaba e a laranja. Na pecuária, pequena em relação a muitos Estados do país, predominam as criações de búfalo e o gado bovino. O setor industrial dedica-se ao processamento das principais riquezas do estado, ou seja, a extração mineral, a madeira e também a pesca; porém, apesar da riqueza da bacia amazônica, a pesca no Amapá não é profissional e o sistema produtivo predominante na atividade pesqueira é o artesanal, utilizando uma tecnologia bem simples.









Por muitos anos, o principal produto explorado no Estado foi o minério de manganês; porém, o Brasil já era um grande produtor de manganês antes da descoberta de jazidas na Serra do Navio, no Amapá, desde o século XIX. Com a descoberta das jazidas, em1956, o país entrou no clube dos países que produzem mais de 1 milhão de toneladas de minério de manganês por ano. Em 1983, por exemplo, o Brasil era o terceiro no ranking. A Serra do Navio teve vantagens em relação ao custo dos transportes pois se localizava mais próxima dos dois maiores centros consumidores – o litoral leste dos EUA e do Canadá e a Europa Ocidental. E , em uma escala mais local, três fatores auxiliaram nessa projeção em escala planetária das minas da Serra do Navio : os depósitos eram próximos de um porto praticamente no Oceano Atlântico, o terreno entre o porto e os depósitos era apropriado a uma ferrovia e este porto podia receber navios de grande porte.
A partir de 1987, a produção amapaense começou a decair e a perder importância para algumas das outras minas já exploradas no país, principalmente no Pará, em Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul. A renda dos royalties do manganês foi destinada à construção da Usina de Paredão, para assegurar base energética às indústrias que vierem a ser ali instaladas. E a empresa que explorava a mina da Serra do Navio, ICOMI, construiu uma estrada de ferro com capacidade para 700 mil toneladas de minério e 200 mil toneladas de outros tipos de mercadorias, assim como um porto, a que podem ter acesso navios de até 45 mil toneladas.
Além do manganês, o Amapá tem também grande reserva de recursos naturais que inclui minerais como o ouro, explorado nos garimpos dos rios Calçoene, Cassiporé e Igarapé de Leona, além do rico veio existente no rio Gaivota. Diamantes são também muito encontrados na região de Santa Maria. A 80 km da capital, Macapá, existe uma jazida de 9,6 milhões de toneladas de hematita, com 70% de ferro, explorada pela empresa Hanna Company.


Segundo pesquisa do IBGE, de 2006, o PIB de Macapá é o 24ª do Brasil e o estado do Amapá está entre os 15 Estados que apresentaram, em 2008, um desempenho superior ao crescimento médio nacional de 21,8%, conseguindo o 11º lugar no ranking ( 48,7%) , além de ter apresentado o maior índice de crescimento de todo o País em fevereiro de 2009, ou seja, uma variação positiva de 484,6% no comparativo com o mês de fevereiro de 2008 e um crescimento de 23,7% em relação a janeiro deste ano, com a marca de US$ 22,8 milhões. Isso mostra que as exportações amapaenses conferem um amplo crescimento nas exportações locais e que a recessão ainda não atingiu o comércio exterior do Amapá.
O principal produto exportado, quebrando a tendência de 2008, foi o minério de ferro, com uma participação de 38,24% do total exportado, cerca de US$ 15.819.860,00 somente em Fevereiro. O minério de ferro superou as exportações de ouro , que teve uma participação de 36,11% das vendas amapaenses para o exterior, com seus US$ 14.938.384,00. O minério de ferro está em evidência no cenário mundial devido à atual abertura do mercado chinês e incentivos à construção civil pelas economias protecionistas dos países ricos, “financiando” a Indústria no centro o Amapá. O manganês não é mais a principal fonte de riqueza do Amapá pois durante os 40 anos de exploração das minas na Serra do Navio, a ICOMI o fez de forma intensiva, exaurindo as reservas.
As principais empresas exportadoras foram as mineradoras que, somadas e considerando o acumulado do ano, representam 74,35% de todas as exportações do Estado; seguidas das empresas que exploram o potencial vegetal e climático do Amapá, com vendas de madeira e participação em mais de 12% do valor exportado pelo Estado.No ranking das principais empresas exportadoras do Amapá estão a ANGLO FERROUS AMAPA MINERACAO LTDA (US$ 15,8 milhões exportados até o mês de Fevereiro deste ano), cujo principal produto exportado é o minério de ferro e que lidera o ranking; a MINERACAO PEDRA BRANCA DO AMAPARI LTDA (que vendeu mais de US$ 14,9 milhões até Fevereiro ) que extrai ouro; a AMCEL - AMAPA FLORESTAL E CELULOSE LTDA ( US$ 5.350.789,00, cerca de 12% de todo o volume exportado no Amapá), única empresa que não exporta minérios entre as quatro maiores exportadoras ; e a MINERACAO VILA NOVA LTDA, que exporta minérios metálicos de cromo - utilizado para a confecção da liga do aço, também sob influência direta da commodity ferrosa- , contribuindo com 9,28% das exportações do Estado.



No fim de 2008, a retração devido ao impacto da crise foi sentida pelas mineradoras e a exploração diminuiu o ritmo, mas não deixou de crescer. A empresa Mineradora Pedra Branca do Amapari (MPBA) dispensou centenas de profissionais no final de 2008, alegando que o custo operacional ultrapassou os lucros e afirmou descoberta uma nova mina em outro Estado, tornando necessária a criação de um plano emergencial plano emergencial pelo Governo Estadual do Amapá para atender os trabalhadores demitidos. Esses trabalhadores seriam reincorporados no mercado pela empresa Anglos Ferruz Brasil (AFB). Além disso, em Maio de 2009 , a mesma empresa ameaçou demitir 100 dos seus 160 trabalhadores e só está fazendo o repasse da Participação no Lucro dos Resultados para quem ocupa os cargos de chefia. De acordo com a Secretaria Estadual de Trabalho e Empreendedorismo (SETE), no vale do Jarí, a situação também foi complicada no fim do ano passado. A Jarí Celulose S.A. (JC) e Caulim da Amazônia S.A.(Cadam), ambas situadas em Monte Dourado (PA), demitiram cerca de 1000 trabalhadores, a maioria deles amapaenses que moram nos municípios de Laranjal e Vitória do Jarí.
A SETE divulgou , em Fevereiro deste ano, que o desemprego aumentou no Amapá desde Dezembro de 2008. Segundo o órgão, foram 702 postos de trabalho formal fechados, sendo o setor de construção civil o que mais demitiu, seguido do setor de extração mineral (principalmente devido às demissões pela MPBA). Porém, a oferta de empregos deve aumentar em 2009 no setor de construção civil devido ás obras do PAC ( Programa de Aceleração do Crescimento).
O repasse Federal do Fundo de Participação do Estado (FPE) diminuiu , devido à crise mundial e o mesmo ocorreu com o Fundo de Participação Municipal (FPM), segundo a Secretaria Municipal de Finanças (Semuf). A queda do FPE foi de, aproximadamente, R$ 20 milhões nos primeiros três meses do ano; mas, para combate-la, o Governo do Amapá (GEA) decidiu realizar cortes nas despesas de custeio como combustível, telefone e aluguel de veículos, esperando economizar cerca de R$150 milhões.
Somado a isso está a situação da arrecadação. Nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2009, o FPM, o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), se somados, representam uma queda de 20% na arrecadação, segundo o secretário de finanças do município Alan Sales.
Porém, com toda a crise e seus desdobramentos no Amapá, houve aumentos salariais de 8%, 26 %, 30% e 80% para servidores do quadro efetivo da Prefeitura Municipal de Macapá, vereadores, prefeito e secretários municipais, respectivamente, enquanto que os professores estão recebendo salários muito abaixo do piso salarial nacional e os salários da Guarda Municipal de Macapá terão uma redução de até 25% . Tudo parece ser uma questão de prioridades.
O movimento atual mostra a postura das empresas para continuar a rotina de expansão, passado o susto; porém a mineração não deve constituir a base do futuro econômico do Amapá já que a variedade de minerais metálicos e não-metálicos é pouca; para isso, essas principais empresas exportadoras importam bens de capital para aumentar sua produtividade. Uma das principais empresas importadoras é a MMX AMAPÁ MINERAÇÃO LTDA.
A fixação de bens de capital através dessas empresas importadoras garante um aumento da capacidade produtiva do Estado, e , consequentemente, uma maior fluidez para a atividade econômica, mesmo com a especialização cada vez maior das atividades para o atendimento das expectativas do empresário responsável pelo investimento local. Em outros termos, quanto mais uma empresa fixa capital numa comunidade, mais aquela comunidade se enquadra na atividade econômica daquela empresa. É exatamente isso que ocorre no Amapá.


A Crise Internacional e o Estado do Amazonas

A economia do Estado do Amazonas é bastante diversificada, sendo um misto de indústria, agropecuária, pesca e extrativismos mineral e vegetal. Entre as atividades amazonenses, a indústria de transformação é a de maior importância para o PIB do Estado, representando 35,72% e constituindo a atividade que impulsiona a sua economia, com destaque para os segmentos de material eletrônico e equipamentos de comunicação. A segunda atividade de maior representatividade no PIB do Estado do Amazonas é Administração Pública, com 16,72%. O Comércio está em terceiro lugar, com 10,49% e é, assim como a Indústria de Transformação, uma atividade geradora de emprego e renda no Estado.
Em relação à agropecuária, as práticas vão desde a silvicultura, a exploração vegetal (de castanha-do-pará e de látex) até a pesca, sendo o sul do Estado a área mais utilizada para o desenvolvimento da pecuária e da agricultura. Nesta última, o principal produto continua sendo a mandioca , matéria-prima para vários produtos. Em segundo lugar, está o cultivo da cana-de-açúcar; e, em terceiro, encontra-se a banana. Esses três produtos têm um peso muito significativo para o Estado; porém, há também os produtos de peso médio na economia do Amazonas, como o arroz, oleaginosas (feijão e soja), milho, frutas cítricas, café, entre outros (tanto da lavoura temporária quanto da permanente). E na pecuária, predominam as criações de aves, de acordo com o anuário estatístico de 2006, seguidas das criações de bovinos e suínos.
Porém , há um limitante para os investimentos em extração mineral, segundo o DNPM, que seria a pobreza de conhecimento geológico da região. Outro fator que prejudica a exploração mineradora na região, segundo o departamento, é a limitação da infra-estrutura em geral, e, na Amazônia, a viária em particular. Mas o maior entrave à exploração mineral na região amazônica, como um todo, hoje é a demora para a concessão de licenciamentos ambientais federais e estaduais.

Efeitos da crise no Amazonas

A crise mundial, no caso do Amazonas – a quarta economia mais afetada do país -, e também de outros estados da Amazônia, pode significar um alívio, ao menos temporário, pois interrompe as agressões ao meio ambiente, na medida em que atividades econômicas de alto impacto ambiental, como o agronegócio, perdem força com a desaceleração da economia mundial. Mas é indiscutível que a crise mundial tem efeitos negativos sobre a economia manauara, a qual sente os reflexos ainda em pequena proporção, porém, nas cidades do interior, a situação é pior porque os repasses do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) já reduziram.



De acordo com o DNPM, a crise trouxe como conseqüências para a atividade mineradora mundial, assim como para a amazonense, principalmente, o descompasso entre oferta e demanda, exigindo o ajuste das produções, e a incerteza quanto à recuperação da produção de aço. Este fator tem levado desconfiança às negociações para os preços do minério de ferro.
Além disso, o valor do repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), que é uma transferência de recursos da União para os municípios e que está ligado diretamente à arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados -IPI- e do Imposto de Renda (IR) registrou uma queda de R$ 16,6 milhões no primeiro trimestre de 2009 em comparação ao mesmo período do ano passado. Em 2008, os meses de janeiro, fevereiro e março registraram R$149,2milhões. Nos três primeiros meses deste ano, o valor foi de R$ 132,6 milhões. A queda no repasse deve-se, principalmente, às medidas protecionistas adotadas pelo governo federal, as quais afetaram a arrecadação do IPI.

O mercado de reciclagem vem enfrentando grandes dificuldades devido à diminuição dos valores pagos pelos materiais reciclados. Com o início da crise, o número de material coletado nas ruas caiu de trinta toneladas ao mês para vinte a dezessete toneladas mensais e o preço dos produtos arrecadados também presenciou uma grande queda. Os rendimentos provenientes da coleta de materiais diminuíram em torno de 50%. O preço do quilo do plástico, por exemplo, que custava R$ 1,00, passou para R$ 0,30 e o alumínio da latinha de refrigerante ou cerveja custava R$3,50 e baixou para R$1,00. O preço do papel, assim como o do papelão, caiu drasticamente gerando uma grande regressão do faturamento com o produto reciclado. A receita média semanal, que antes era de R$ 120,00 por catador, atualmente caiu para R$ 100,00. O valor diminuiu por conseqüência da redução na demanda das empresas por produtos reciclados; sem a produção eficiente de antes, a vendagem empresarial caiu provocando uma paralisação na fabricação de novos produtos que utilizavam materiais reciclados em sua estrutura. A Zona Franca de Manaus, implantada pelo governo brasileiro em 1967 com a intenção de criar uma base econômica na Amazônia Ocidental e de promover a melhor integração produtiva e social dessa região do País, garantindo a soberania nacional sobre suas fronteiras territoriais, está em uma posição geográfica estratégica em termos de mercados mundiais( tendo em vista sua localização central em relação aos blocos econômicos Comunidade Andina, Caricon, Mercosul e Nafta), o que significa um diferencial competitivo importante para as exportações. Mas desde Novembro de 2008, quando a crise econômica se agravou, diversas empresas da Zona Franca, com destaque para os setores de duas rodas e eletroeletrônicos, intensificaram as demissões, anteciparam férias coletivas e reduziram a sua produção.Pela primeira vez em 30 anos, 15 mil funcionários de 16 empresas foram colocados em férias em novembro de 2008 e os cortes na folha de pagamento foram 12% maiores que em 2007. A Honda, por exemplo, reduziu 40 mil das 110 mil motocicletas que entregava por mês. A Yamaha colocou 55% dos funcionários (2.358) em férias forçadas.




O setor de produção das grandes commodities (mercadorias produzidas em larga escala para o mercado internacional) também está sentindo os efeitos da crise mundial porque seus compradores foram afetados com essa crise, fazendo com que reduzissem suas importações. Por exemplo, a produção do setor de celulares na Zona Franca de Manaus caiu 61% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2008. Foram produzidos 582.219 aparelhos no primeiro mês de 2009, ante 1.487.535 em igual período do ano passado.



A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e sindicatos de trabalhadores estão buscando medidas para conter o impacto da crise. Uma delas é: um acordo entre 40 indústrias do pólo termoplástico e o governo, para garantir a manutenção de 8 mil empregos. Em troca da manutenção do nível de emprego, o governo fará uma renúncia fiscal de R$10 milhões do ICMS sobre energia elétrica, insumo muito usado pelas indústrias termoplásticas.
Embora os efeitos da crise econômica mundial ainda se propaguem por vários setores da economia, foi registrado aumento da criação de empresas no Amazonas em janeiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2008 e 2007. De acordo com os Indicadores de Desempenho do Estado do Amazonas (Idea) divulgado em fevereiro, no primeiro mês de 2009 foram constituídas 569 empresas, ao mesmo tempo em que foram extintas 140 firmas. As informações levantadas com base nos dados fornecidos pela Junta Comercial do Estado do Amazonas (Jucea), mostram que em janeiro de 2008 foram registradas a abertura de 508 empresas contra a extinção de 135. No ano anterior, foram legalizadas 343 empresas e extintos 103 empreendimentos. Com relação a dezembro do ano passado, quando foi apurada a formação de 449 firmas e fechamento de 96, os dados de janeiro deste ano também são positivos. No mês de março, houve a constituição de 593 empresas acima dos 469 registros levantados em fevereiro. Já no mês de abril, foi registrado,de acordo com dados do Idea, que houve também uma leve alta no número de empresas que ingressaram no mercado formal. Outro aspecto observado foi uma pequena redução do nível de desemprego. O saldo do emprego formal, que em fevereiro alcançou a marca de menos 6.360 vagas, caiu em março para 1.280.
Além disso, a crise não afetou setor imobiliário de Manaus e o mercado continua acelerado e com processos de construção e venda, aquecidos. O que se pode citar da crise no setor imobiliário é com relação àquelas incorporadoras que têm seus capitais abertos, com investimentos na bolsa de valores. A queda no valor das ações, elas resolveram, de forma preventiva, segurar seus empreendimentos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o déficit habitacional de Manaus é de 50 mil imóveis e esse é um número significativo que estimula o mercado e mantém boas expectativas para os próximos anos. O Programa de Aceleração do Crescimento prevê a injeção de R$ 9 bilhões até 2010, no Amazonas, por exemplo. E o mais provável é que a atual crise não faça com que o governo federal corte os investimentos do PAC.

Proposta

Durante esta pesquisa, encontramos uma proposta para a crise: o deputado Luiz Castro (PPS) acredita que o governo do Estado deveria investir muito mais agora na produção rural, especificamente na agricultura, porque o setor primário local gera mais emprego do que o PIM. Segundo o deputado, nem mesmo os grandes municípios ficaram imunes à crise.Coari, por exemplo, teve uma queda de receita violenta por conta da diminuição do preço da gasolina, decorrente da queda do barril de petróleo; Presidente Figueiredo foi outro que teve sua receita subtraída proveniente da queda no preço do minério.

O Pólo Industrial de Manaus


O Pólo Industrial de Manaus (PIM), o segundo maior e um dos mais importantes da América do Sul, é a base de sustentação do modelo Zona Franca de Manaus, contribuindo decisivamente para a inserção tecnológica internacional do Brasil e mantendo um modelo que produz desenvolvimento econômico e social com a preservação ambiental da Amazônia. O principal mercado das empresas do PIM é o nacional, objetivando suprir as necessidades do país. As exportações existem, mas em volume reduzido.

O PIM conta com mais de 450 empresas instaladas, as quais recebem incentivos após sua instalação, como por exemplo, desconto parcial no ICMS e isenção do IPI, e com um faturamento médio anual superior a U$ 13,6 bilhões. Cerca de 90 mil empregos diretos e 350 mil indiretos são criados, somente em Manaus, e mais de 20 mil nos demais estados de abrangência da Suframa. Um dos mais importantes diferenciais competitivos do PIM é a mão-de-obra qualificada com padrão internacional, sendo uma das mais produtivas em vários segmentos e líder de produtividade na fabricação de televisores, DVDs, celulares, entre outros. A fabricação de celulares em Manaus representa 32% da produção no mercado nacional.

O Pólo Industrial de Manaus encerrou de 2008 com um faturamento recorde de US$30,128 bilhões, cerca de 17,25% mais que o contabilizado em 2007 (US$ 25,695 bilhões), mesmo diante da crise econômica que afetou o mercado internacional no último trimestre de 2008. As exportações também apresentaram um crescimento de 12,56% em relação a 2007; as vendas para outros países passaram de US$ 1,043 bilhão para US$ 1,174 bilhão. Mas no primeiro trimestre de 2009, as exportações atingiram US$ 197,826 milhões, resultado 17,59% menor que o alcançado em igual período do ano passado. Parte da recuperação das exportações deveu-se ao aumento das vendas de celulares (destaque para a finlandesa Nokia, que representa 42% do mercado mundial de celulares e 95% da produção de celulares em Manaus), concentrados para bebidas e motocicletas.

Por outro lado, em 2008, o Pólo Industrial de Manaus demitiu 35% a mais que no ano anterior. Já neste ano, o número de demissões diminuiu aproximadamente 2,14%, passando de 90.924 para 88.979 empregos diretos, na comparação de Março com o mês de Fevereiro. Nos meses anteriores, houve uma queda de 4,51% de Janeiro para Fevereiro, e de 6,02% de Dezembro do ano passado para Janeiro de 2009.


Para driblar a crise financeira internacional e reduzir seus efeitos no dia-a-dia das linhas de produção, empresas do PIM estão traçando diversas estratégias. De acordo com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), estão faltando componentes importados para montagem de produtos e, para lidar com isso, algumas das soluções adotadas pelas indústrias são: a redução da jornada de trabalho e as férias coletivas. Alguns setores foram mais afetados com os impactos da crise, como o pólo de duas rodas, porque geram produtos de maior valor agregado e cujas vendas estão relacionadas à oferta de crédito para os consumidores. Apesar de tudo, o Pólo Industrial já dá sinais de recuperação e retoma, aos poucos, os seus antigos índices de crescimento. Em março, por exemplo, as empresas do PIM faturaram US$1,744 bilhão (24,14% a mais que o alcançado em fevereiro -US$ 1,403 bilhão), e as exportações consolidadas no mês foram de US$ 74,970 milhões (valor 14,37% maior em relação aos US$ 65,546 milhões obtidos em fevereiro). Em reais, a variação do faturamento foi de 24,2%, passando de R$ 3,247 bilhões em Fevereiro para R$ 4,033 bilhões em Março. Os cinco principais segmentos do Pólo Industrial de Manaus apresentaram resultados positivos no comparativo entre os meses de março e fevereiro. O segmento Eletroeletrônico registrou em março faturamento de US$ 748,755 milhões e crescimento de 20,51% ante o mês anterior; o segmento de Duas Rodas, faturamento de US$ 367,187 milhões e crescimento de 29,32%; o segmento Químico, faturamento de US$ 223,543 milhões e crescimento de 26,26%; o segmento Metalúrgico, faturamento de US$ 131,559 milhões e crescimento de 31,70%; e o segmento Termoplástico, faturamento de 105,016 milhões e crescimento de 12,08%. Juntos, esses segmentos foram responsáveis por mais de 90% do faturamento do PIM nos três primeiros meses de 2009. No comparativo do primeiro trimestre deste ano com igual período do ano passado, os segmentos que mais apresentaram aumento no faturamento foram: o setor de beneficiamento de borracha (crescimento de 65,52% no faturamento) e o setor naval (crescimento de 12,44%). E , no segmento eletroeletrônico, os principais destaques foram os televisores com tela de cristal líquido (LCD), com produção de 236.889 unidades em março e crescimento acumulado no trimestre de 67,49% em relação ao mesmo período do ano passado. Outros produtos que se destacaram foram as câmeras fotográficas digitais (crescimento de 69,37%), televisores com tela de plasma (crescimento de 23,98%), home theaters (crescimento de 24,72%) e fornos microondas (21,34%).

No comparativo anual, o PIM terminou o primeiro trimestre deste ano com faturamento de US$ 4,540 bilhões, resultado 35,24% inferior no comparativo com o mesmo período do ano passado, muito embora a queda expressiva se deva, em grande parte, à valorização do dólar frente ao real neste período. Na conversão monetária, o faturamento foi de R$ 10,494 bilhões, o que representa uma queda de 13,74% em relação ao primeiro trimestre de 2008. As exportações no trimestre atingiram US$ 197,826 milhões, resultado 17,59% menor que o alcançado em igual período do ano passado.






Análise da economia amazonense no ano 2005

O Estado do Amazonas, em 2005, teve o melhor desempenho econômico do Brasil com crescimento de 10,2% de volume do Produto Interno Bruto em relação ao ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado pelas seguintes atividades: Indústria de Transformação com variação de volume (11%); Comércio e Serviços de Manutenção e Reparação (15,7%); Indústria da Construção Civil (5,7%); Transporte, Armazenagem e Correio (13,6%); Atividade Imobiliária e de Aluguel (12,2%). Apesar das mudanças nas Contas Regionais, o Amazonas mantém um crescimento constante em relação as demais Unidades da Federação, sendo que em 2004 e 2005 o PIB amazonense apresentou crescimento de volume acima dos 10% nos últimos dois anos.

Análise da economia amazonense no ano de 2006

A economia amazonense em 2006 cresceu, mas não o suficiente para superar o índice de 2005 quando atingiu 10,2% de crescimento. Em 2006 o crescimento de 2,6% frente aos últimos três anos da série nos mostra uma economia muito concentrada ainda na Indústria de Transformação. Em termos de valores correntes, na comparação 2006/2005, o Estado aumentou seu PIB em 17,43%, saindo de R$ 33,352 bilhões para R$ 39,166 bilhões e crescendo mais que a média estimada. Ressalva-se que o Estado aproveitou bem os anos de crescimento da economia mundial e brasileira, ampliando sua produção no tempo exato.
Na Industria de Transformação, a atividade “material eletrônico, aparelhos e equipamentos” recuou -12,8% na comparação 2006/2005, lembrando que este seguimento representa o maior peso desta atividade econômica, e quando este recua prejudica o desempenho do Pólo Industrial de Manaus. Na verdade este recuo foi ocasionado em parte pela redução de produção de celulares que em 2005 haviam sido responsáveis pelo aumento das exportações em mais de um bilhão de dólares, juntamente com outros seguimentos que aqueceram a economia amazonense naquele período.
A atividade Comércio e Serviços de Manutenção e Reparação cresceu 7,2% 2006, porém não o suficiente para superar o índice de 2005 de 15,7%. Tanto o comércio local quanto o Exterior apresentaram queda em 2006. A redução mais forte ocorreu no comercio varejista ampliado, que saiu de 31,89% em 2005 para 20,69% em 2006.

Análise da economia amazonense no ano de 2007

Em dezembro, a indústria do Amazonas cresce 2,4% em relação ao mês imediatamente anterior, após recuo de 2,7% em novembro. No confronto com dezembro de 2006, o crescimento de 15,2% mantém a seqüência de sete taxas positivas consecutivas neste tipo de indicador. No acumulado no ano, o setor fecha 2007 em 4,5%, revertendo a queda observada em 2006 (-2,2%). No último trimestre de 2007, a produção cresce tanto no confronto com igual período de 2006 (12,4%) como n acomparação com o trimestre imediatamente anterior (2,1%). Na análise trimestral, nota-se que, com exceção do primeiro trimestre (-2,5%), os resultados da indústria amazonense foram positivos e crescentes ao longo de 2007: 2,8% no segundo, 5,1% no terceiro e 12,4% no quarto trimestre, todas as comparações contra igual período do ano anterior. Vale destacar que o avanço observado no período outubro-dezembro é o mais elevado desde os 25,6% assinalados no segundo trimestre de 2005.
O ganho de ritmo entre os dois últimos trimestres de 2007 deve-se, principalmente, ao maior dinamismo de oito atividades, com destaque para material eletrônico e equipamentos de comunicações (de –6,4% para 2,1%). A produção acumulada da indústria amazonense encerra 2007 com crescimento de 4,5%. Sete ramos contribuíram positivamente para a formação do índice geral, sendo os mais importantes: edição e impressão (78,9%), outros equipamentos de transporte (18,4%), alimentos e bebidas (12,3%) e máquinas e equipamentos (40,2%). Nestes setores, sobressaem a maior fabricação dos itens: DVDs; motocicletas; preparações em xarope para elaboração de bebidas; e fornos de microondas. Entre os quatro ramos que reduziram a produção,material eletrônico e equipamentos de comunicações (-17,5%) exerceu a maior influência sobre a média da indústria, pressionado pelos recuos na produção de telefones celulares e televisores.

Análise da economia amazonense no ano de 2008

Entre os fabricantes que encerraram 2008 com aumento de produção estão os de unidade evaporadora (398,61%) e de unidade condensadora para split system (187,98%), televisores com tela de cristal líquido – LCD (231,90%) e de plasma (73,85%), câmera fotográfica digital (82,15%), motocicletas, motonetas e ciclomotores (27,01%), receptor de sinal de televisão – set-top box (23,37%).Além desses, também tiveram balanço positivo no exercício passado as empresas produtoras de aparelho telefônico, inclusive porteiro eletrônico (24,99%), telefone celular (23,35%), relógio de pulso e de bolso (16,14%), compact disc e cd-rom (12,91%), microcomputador – incluindo os modelos portáteis (6,38%), auto-rádio e aparelho reprodutor de áudio (6,05%) e aparelho de barbear (5,83%).
O Amazonas, neste cenário, se destaca pelo crescimento bastante acima da média, em todas as frentes: comércio, indústria e serviços. Um novo porto (Porto de Lajes da Log-In), um novo vôo para os EUA (Delta para Atlanta) e implantações e diversificações de indústrias no PIM que continuamente batem recordes de faturamento e empregos, são apenas alguns indicadores do bom momento estadual.

Conclusão
Uma crise como a de 1929 abateu de forma trágica a economia mundial, mas uma crise como a de hoje, é denominada ‘sem precedentes’, porque, diferentemente da citada anteriormente, os efeitos foram sentidos mais que fortemente nos países de onde partiram os sintomas. Os países emergentes em desenvolvimento, como são chamados antes denominados 2º mundo, são os que demonstram melhor índice de seu PIB, acima até mesmo da média mundial e o país tem revelado seus efeitos sobre a crise, mas ainda assim, demonstra ser forte ao ponto de não cair em colapso como os EUA e Europa.
Estes estados não são necessariamente os mais populosos do país, e somente dois chegam a bons contribuintes do PIB brasileiro (pelo contrário, dois de seus estados possuem os menores PIB do País), no entanto, a grande extensão territorial e investimento na construção civil têm movimentado o panorama destas cidades.
O norte brasileiro - mais especificamente Roraima, Acre , Amapá – é caracterizado por uma economia agropecuária em sua maioria destinada à exportação. Quanto ao estado do Amazonas, em sua capital Manaus, a indústria de transformação revela-se o primor de seu PIB com a Zona Franca. Da mesma forma, a região como um todo possui um painel luminoso sobre si graças às suas riquezas minerais (ouro, diamantes, hematita) que ofuscam os olhos das multinacionais de energia.
Com a crise, as maiores commodities foram afetadas, principalmente as que se relacionavam à soja. Esta região sofreu menos esse baque já que, não abriga tanto este plantio,embora a agropecuária seja tão importante ali (subsistência). Assim como em todo o país, a crise afeta o recebimento dos repasses do Governo Federal, reduzindo-os, e aumenta o índice de inadimplência, mas ainda assim, por mais que a região abrigue o topo dessa lista (Roraima), como quase a metade das populações desses estados dependem de auxílio do governo, o Bolsa Família, a grande massa populacional, não foi efetivamente afetada pela crise.
Os melhores saldos de emprego são abrigados pelo Comércio e pela Construção Civil, enquanto que, o menor, na Agricultura e Silvicultura (exercida pelas populações) e,que apesar de não sofrer o baque das commodities – como fora dito – sofre com a redução da demanda de exportação, embora não pereça no mercado cambial. Estes estados sofreram sim, aumento do desemprego, contudo, devido as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o ano de 2009 deve atenuar essas quedas nos postos de trabalho. É importante ressaltar que esses três estados, particularmente – Roraima, Acre e Amapá – apresentam uma fixação de capital multinacional, o que permite seu crescimento e até seu enrijecimento frente à crise.
Já o estado do Amazonas, onde sua economia é baseada em Indústria de Transformação, Administração Pública e Comércio, os três fortes pilares, principalmente na cidade de Manaus, é denominada como a quarta economia mais afetada do país. Embora a crise ocorra mais fortemente nessa cidade, ela é tida como um alívio ambiental, já que as agressões ao meio ambiente por exploração extrativista ou agronegócio foi reduzida pela queda na produção. Houve queda um desnivelamento na relação demanda-procura, desfavorecendo a produção de aço, que agora tenta se recuperar. Da mesma forma, queda na arrecadação de impostos, devido à redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), que prejudica o repasse do Fundo de Participação Municipal (FPM) que se altera, logo, a União reduz sua contribuição devido suas atitudes protecionistas.
A Zona Franca de Manaus, ponto estratégico do País como pólo industrial numa região de fronteira como as maiores mercados mundiais, obteve uma queda brusca dos postos de emprego, antecipou as férias coletivas e reduziu sua produção. Seus índices de exportação caíram, já que seus compradores foram fortemente prejudicados com a crise. Ainda assim, podemos ver a cidade respirando em meio a crise, com o aumento até mesmo da criação de empresas. Além disso, o mercado imobiliário permanece acelerado, com raras exceções de empresas. A construção e venda permanece estável.
Observamos também, o Pólo Industrial de Manaus, o pilar de sustentação da Zona Franca, e que insere fortemente o país, num modelo avançado de tecnologia de indústria e que mantém o Brasil em nível mundial. Seu mercado é o interno, e apresenta níveis altíssimos de faturamento e lucros, apesar de toda a crise . Ao longo dos últimos 4 anos, a economia Amazonense cresce acima da média em todas as suas frentes (indústria, comércio, etc.).
Este ensaio pôde demonstrar que, a crise chegou em níveis tênues na região norte brasileira. Ora graças a seus estados pouco participativos, ora pelo país obter bons mercados e mercadorias estrategicamente indispensáveis, exceto pelo pólo Duas Rodas. O estado consegue respirar devido a todo este panorama mundial, obtendo propostas de escape sem grandes baques em sua economia, fora sua relação com países que incentivam seu crescimento e sua indústria. O desemprego ocorre como em qualquer região do país, mas obras do Governo Federal, como as do PAC, vêm para reduzir este impacto. Todo este bom momento da Região Norte, vem para revelar que o país é forte, e pode pensar calmamente medidas de recuperação de sua economia e indústria em meio à turbulência financeira mundial.
Fontes bibliográficas:

http://www.portalbrasil.net/estados_rr.htm

http://www.portalroraima.rr.gov.br

http://works.bepress.com/cgi/viewcontent.cgi?article=1125&context=eloi

http://www.ibge.gov.br/estadosat

http://www.amazonia.org.br/noticias/print.cfm?id=298452

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mre000026.pdf

http://www.seplan.rr.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=34&It emid=39

http://www.suframa.gov.br/zfm_ce_intercambio.cfm

http://portalamazonia.globo.com/

http://rodsonjuarez.blogspot.com/2009/03/exportacao-do-minerio-de-ferro.html

Drummond, José Augusto e Pereira, Mariângela, O Amapá nos tempos do manganês - um estudo sobre o desenvolvimento de um estado amazônico (1943-2000). Editora: Garamond.

http://www.seplan.am.gov.br/adm/imgeditor/file/IDEA_Abril_Publico2009.pdf